terça-feira, 24 de maio de 2011

União civil entre pessoas do mesmo sexo

Recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) oficializou a união civil homoafetiva concedendo assim aos casais do mesmo sexo todos os direitos garantidos pela Constituição Federal. Homossexuais ou não, as pessoas do mesmo sexo que vivem juntas passam agora a ter direito a divisão dos bens adquiridos durante o relacionamento, inclusive, pensão por morte, participação em herança e divisão de bens. O reconhecimento da união civil é por si só polêmica e esbarra nos conceitos religiosos. Muitos católicos e evangélicos concordam com a oficialização da união civil desde que a decisão oficial não seja interpretada como aprovação do casamento gay. A VOZ DA SERRA foi às ruas nos últimos dias saber como os friburguenses reagiram à decisão. Confira algumas opiniões: 

“O importante é as pessoas, independentemente da condição social ou opção sexual, terem os seus direitos respeitados. Temos que viver em igualdade de condições e direitos, quebrando preconceitos e valorizando as diferenças. Se as pessoas vivem junto, por que não terem essa união reconhecida também civilmente e terem os direitos que todos tem... Foi válida a oficialização dessa união.”
Dalmo Latini, 37 anos, artista circense e produtor cultural, bairro Ypu

“Já que a união entre pessoas do mesmo sexo já existe, então é melhor oficializar. Não sei se essa regulamentação do governo irá incentivar que casais do mesmo sexo se unam para poder ter os direitos civis. Muitos já vivem juntos e acabam no final das contas sendo rejeitados.”
Marize Alves Sevilha, servidora pública municipal, Centro

“Quem sou eu para julgar. Cada um deve ter o seu livre arbítrio. Sou favorável a união civil entre casais do mesmo sexo quanto ao aspecto patrimonial dessa relação, assegurando assim o direito aos bens que forem adquiridos por ambos.” 
Clenir Neves Ribeiro, servidora pública, Centro

“Os homossexuais que vivem juntos tem todo o direito de serem infelizes assim como os heterossexuais o são quando uma relação, às vezes, até de muito tempo, acaba e aí acontece a divisão dos bens, geralmente com algum estresse. Como essa relação entre pessoas do mesmo sexo até então não era reconhecida não havia tanta pressão. Com a união civil reconhecida, os casais do mesmo sexo poderão experimentar as duas faces de um relacionamento. Se acabou a relação, por que não dividir os bens adquiridos juntos?”
Lúcio Amorim, 27 anos, 
publicitário, Centro


“Concordo completamente com o reconhecimento oficial desse tipo de relacionamento. Todo mundo tem o seu livre arbítrio e isso deve ser respeitado por todos, inclusive pelas fontes oficiais. Isso é bom para a convivência humana. A relação entre pessoas do mesmo sexo já existe. Por que não reconhecê-la e seus integrantes serem beneficiados com os direitos de todos: pensão por morte, divisão de bens, etc.”
Alessandro de Castro, 32 anos,
radialista e DJ, Braunes


“Achei essa decisão totalmente válida. Todos têm que ter direitos iguais. Por que as pessoas do mesmo sexo, que vivem maritalmente ou não, têm que ser tratadas de forma diferente quanto aos seus direitos? Todos são iguais perante a lei.”
Felipe Souza, enfermeiro, Centro

“Quanto a união de pessoas do mesmo sexo vista pelo aspecto constitucional civil não vejo problema algum. O que não concordo é a mistura dessa união civil com casamento, uma relação matrimonial. Aí já acredito se tratar de um excesso. A união civil entre pessoas do mesmo sexo vista como parceria é válida. É um contrato como qualquer outro.”
Carlos Alberto Braga, advogado, Centro 

“Para mim essa decisão do governo foi acertada. Veio para reconhecer legalmente os direitos que todos aqueles que vivem junto com alguém tem em caso de morte de um deles ou separação. Por que quem mora e se dedica a alguém não pode herdar nada ou dividir com ele legalmente os bens adquiridos?”
Vanessa Moraes, lojista, Centro 

“A união entre dois homens ou duas mulheres não é coisa de Deus. Os deputados e senadores deveriam se preocupar mais em fazer alguma coisa para melhorar a saúde pública. É uma vergonha termos que enfrentar filas de madrugada para conseguir ir ao médico no SUS (Sistema Único de Saúde). Com essa aprovação o governo vai incentivar ainda mais a pouca vergonha. Só falta agora autorizar o casamento entre gays com direito a vestido de noiva. É uma pouca vergonha.”
Angelita Mendonça Pires de Alencar, 43 anos, dona de casa, Alto de Olaria

“A união entre duas pessoas tinha que ser oficializada mesmo. Quem vive junto tem que ter os mesmos direitos que qualquer outro casal tem. Às vezes, duas pessoas do mesmo sexo convivem junto, adquirem bens e com a morte de cada um, o parceiro geralmente sai sem nada. Agora com essa oficialização, tudo vai mudar.” 
Márcio Vieira, músico, Centro

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